Ana Paula Valadão seria um dos motivos da polêmica reportagem da Record contra os pentecostais
Segundo o portal IG a pastora e cantora Ana Paula Valadão seria um dos pivôs principais para o Bispo Edir Macedo ressuscitar a discussão que abriu sobre a doutrina do “cair no Espírito Santo” onde afirma que a prática, adotada por algumas igreja pentecostais, seria realizada devido a possessão demoníaca.
O vídeo exibido no programa Domingo Espetacular do dia 13 de Novembro de 2011 atacou severamente a doutrina e da mesma forma foi atacado por diversos profissionais de jornalismo e evangélicos de diversas de nominações diferentes. A pastora mineira foi várias vezes retratada na matéria que comparou a prática do “cai-cai” ou “cair no espírito santo” às cenas de pessoas supostamente endemoniadas vistas nas “Reuniões de Descarrego” promovidas pela Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo. O próprio Bispo já havia atacado outras vezes a cantora em seus programas na internet e nas madrugadas da Record utilizando as mesmas acusações.
Ana Paula Valadão e o Diante do Trono, grupo que a cantora lidera, são junto com alguns padres católicos os artistas que mais vendem dentro do braço gospel da gravadora Som Livre, empresa do Grupo Globo que é a principal rival e alvo da grande maioria dos ataques da Record e do Bispo Macedo.
Além disso, a matéria do Esporte Espetacular foi exibida dias antes do programa “Troféu Promessas” da Globo onde Ana Paula Valadão será um dos principais nomes da noite já que com o Diante do Trono foi indicada a cinco categorias pelo recente álbum “Sol de Justiça”, também distribuido pela Som Livre.
O site IG ainda afirma que segundo fontes dentro da emissora de Edir Macedo, os ataques por parte do Bispo e da Record contra as igrejas pentecostais não devem parar.
Profissionais de jornalismo também contra
O conceituado jornalista James Akel, famoso por estar nos bastidores da TV brasileira a décadas, se mostrou indignado com o ataque do Bispo Edir Macedo e também falou sobre os motivos para que a cantora Ana Paula Valadão também seja listada como um dos pivôs da realização da polêmica matéria.Em seu blog o jornalista do O Estado de São Paulo falou que a atitude é “inaceitável se estivéssemos falando de jornalismo” e classificou a reportagem como “agressão”, além de destacar que a reportagem não pode ser taxada como imparcial “pois o dono da emissora, Edir Macedo, já fez tais declarações contra a cantora”, afirma.
Abaixo você confere na integra um dos dois textos de repúdio que o jornalista publicou:
Usar-se o melhor programa da Record, Domingo Espetacular, para atacar uma cantora gospel, seria inaceitável se estivéssemos falando de jornalismo.Nem o Diante do Trono e nem Ana Paula Valadão quiseram se pronunciar sobre o ocorrido.
Mas parece que estamos falando de briga entre igrejas onde uma decidiu atacar frontalmente a outra usando sua arma mais potente que é o maior ibope da Record no Domingo Espetacular.
E o motivo de se atacar uma cantora gospel por algo que ela faz, que seria uma forma diferente de demonstrar sua religião, nos deixa mais estarrecidos por ver que o grande mal cometido pela cantora foi ter seu selo da Globo na capa de seus discos.
Usar o maior ibope da emissora para atacar alguém era comum nos anos 60 da TV Tupi, quando o dono Chateaubriand chantageava milionários para comprar obras de arte para o MASP e atacava ferozmente na TV os que não lhe dessem o dinheiro necessário para as compras, mas até interrompia programação para elogiar os que dessem o dinheiro.
Ou, no sentido inverso, me lembra a Globo que nunca descobria onde era o Araguaia de massacres militares por estar sob o manto financeiro da ditadura militar.
E vemos agora uma Record, que sempre atacou a Globo por seu modo de agir imperialista, tentar usar as mesmas técnicas para agredir uma simples cantora.
É uma agressão, sim, pois o dono da emissora, Edir Macedo, já fez tais declarações contra a cantora.
Dizer que é apenas uma reportagem seria imparcial se o dono não se tivesse declarado antes.
Tem muito mais.
A cúpula da Igreja Universal teria detectado na cantora um grande ídolo futuro de novo polo religioso, fora dos domínios da Igreja de Edir.
O melhor, segundo a cúpula, seria desqualificar no ar, para o Brasil, a tal cantora, evitando mais fuga de fiéis da Igreja, que está preocupadíssima com isto.
A estratégia de Edir Macedo mostra-se a cada dia mais ineficaz.
E seu comando mostra que está no caminho errado.
As consequências disto são as reduções na arrecadação da Igreja e a baixa no ibope da única coisa que dá ibope de primeira na Record que é o jornalismo.
Em toda emissora jornalismo representa a credibilidade da emissora.
Quando o jornalismo tem ibope alto, a credibilidade é alta.
Quando tem ibope baixo, a credibilidade é baixa.
Vamos dizer que falta estratégia de marketing da Igreja e também da emissora.
Vejam que coisa engraçada e vão dizer que uma coisa nada tem a ver com a outra.
O declínio da TV Record começou exatamente, e coincidentemente, quando Honorilton Gonçalves decidiu demitir todo mundo da rádio e literalmente acabou com a imagem que ainda restava, antiga, da rádio Record.
Os espertos que acham que entendem de televisão na Record, vão dizer que uma coisa nada tem a ver com a outra.
Mas os que silenciam na Record e entendem de metafísica, saberão do que estou falando.
Fonte: Gospel+
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